sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

a punho.

provavelmente não irás ouvir esta canção.
é certo que, ao menos, não como eu gostaria.
eu queria gritar, pra todos os ouvidos,
palavras que soem como os clássicos dos discos.

nem eu sei ao certo o que dizer,
apenas sei que tenho algo engasgado na garganta.
se é bom, se é ruim, se vai te erguer,
isso eu deixo para descobrir quando eu conseguir.

eu só apareço, por assim dizer, pra te contar disso tudo.
este livro que começamos a escrever e não sabemos
bem ao certo aonde vai dar, se é fim, ou se é rascunho.
mas, temos certeza, somos contracenantes da mesma história
escrevendo um romance a punho.

outra canção qualquer.

quando todas as palavras dormem
e até o sono repousa sua tensão,
o mundo dos sonhos me estende a mão
pra me lembrar daquilo que eu não sou.

por favor, não me encare como outra canção qualquer.
eu sou um pouco mais que isto,
um pouco menos, talvez, mas mantenho o meu dito,
que vou tentar encontrar o que há com o que quer.

eu quero a paz, eu quero a sorte de uma vida pacata.
eu quero o nada, eu quero calar a negra escada.
acendo uma vela e rezo pra qualquer coisa inatingível
para que a vida não se torne tão mais complicada.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

se eu não souber como agir,

entenda!
é que me dói o peito,
cada vez que lembro teu jeito.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

extraviei por aí um poeta.

extraviei por aí um poeta. não consigo lembrar onde o deixei. passei por tantos lugares complicados, labirintos, vertigens e passagens. e, como num sopro, o vento leva de mim o que era de menos desagradável.
extraviei por aí um poeta. quem sabe na dor de outros amores. em cigarros baratos de padarias. em mesas de bares de esquina. em amizades que de mim não mereciam nada, além do ódio.
extraviei por aí um poeta. já procurei debaixo dos mares, acima do sol. dentro das pedras, fora das nuvens. talvez ele tenha se escondido dentro de mim. mas extraviei também o mapa para chegar em tal vale.
extraviei por aí um poeta para sobrar espaços dos ponteiros do desajustado relógio. espaços que tento preencher com a tua presença. quem sabe parar o tempo? não, isso não vai me indicar onde o perdi.
ontem, ainda o via. hoje, se foi. extraviei por aí um poeta.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

o meu vício.

as tuas águas escorrem pela minha face
enquanto entrelaço meus braços em tua cintura.
tudo que quero é que me abrace
enquanto amo loucamente esse amor a altura.

anseio teu corpo junto ao meu como agora.
anseio teus beijos de eternidade.
não imagino o que será se for embora.
me arrancarás da loucura, para a sanidade.

decoro, em um olhar, a tua geografia.
guardo, em minha boca, a tua saliva.
roubaste o ar que em mim havia
e deixaste meu coração a deriva.

se puderes me amar um tanto do que eu te amo.
se puderes arrancar-me e botar-me em teu prato.
por favor, faça-o, sem dó, e sem receio.
pois meu desejo é roubar-te tudo que puder em um ato.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

LCP

converso contigo como se o tempo nao passasse.
o teu olhar me conta mais de mil histórias.
meu coração pula, como se estourasse
de tanto que, com teu olhar, me enamoras.

todos os dias, com tudo que fazes,
plantas em minh'alma uma semente.
que, com a certeza da vida, me dizes:
eu te amo sempre, e pra sempre.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

nada.

do tudo, o nada.
contigo, sim,
é tudo ou nada.
obrigado, laura.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

o sorriso.

os lábios se tocando.
a nostalgia do que ainda não acabou.
o beijo ecoando.
te dando todo carinho que te dou.

teus olhos, tua boca, tua simetria.
o beijo mais do que perfeito.
me trazia afago enquanto sorria.
a mulher dos sonhos, das dores o leito.

eu desaprendi a rimar.
pois agora ocupo em ti o pensamento.
as palavras, incapazes, querem falar.
te amar em poesia que vem de dentro.

desabafo.

piano. violão. amores. noite. você. ainda te sinto em meus braços. ainda te cheiro em minha mente. teu prazer no meu corpo. teu vício me levando pra longe. aquela maldita sensação de estar num sonho real. um sonho tão puro quanto a água que escorre dos meus olhos quando lhe vejo no espelho: dentro deles. te vejo em visões de miragem. parece que tua brisa fresca está ao meu redor. e insiste em me prender ao teu coração, o mesmo que, por deus, que isso não soe clichê, parece não querer bater senão entrelaçado ao teu. os poucos pares de dias que voaram desde o "e você, quem é?" me trouxeram mares de encanto. uma vontade imensa de ligar, saber o que estaria acontecendo. se era em mim que viajavas, sorrindo, em um sonho longo e bom. eu escrevo sem pensar. uma parte de mim é amor. outra parte... é, a outra parte também. me arrancas do antes de uma forma nunca antes vista, ao menos, não por mim. e, por nós, eu me entrego. não posso perder o que, talvez, seja a única oportunidade de ser o homem mais feliz por fazer a mais feliz mulher.

"as palavras nem sempre dirão tudo o que eu quero dizer. eu sei que às vezes fujo à razão só pra tentar entender. [...] não dá pra desistir agora. não diga adeus jamais!"

domingo, 12 de dezembro de 2010

sabes da lua?

pois é.
é a sua imagem,
graciosa no porta-retrato
na parede dos meus sonhos.

a estampa da minha vida.

laura.

no meio da multidão.
no auto da solidão.
olhares desconhecidos,
remoendo tantos amores idos.

nenhuma imaginação poderia trilhar
o caminho da alma.
simplesmente apareceu, tomando-me o ar, e,
tomando-me a calma.

me chamou a atenção teu jeito de olhar.
me agradou a sensação de te abraçar.
trouxe ao meu rosto tua aura
ao contar-me teu nome, laura.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

e-ternamente, luisa.

depressa leva o que é meu.
sem pressa rouba o meu eu.
em prece eu peço que escute
luisa, um perdão ilustre.

te faço mil poemas pra perceber,
luisa, eu quero em teus olhos viver.
não nego que em outros olhos me perdi,
mas me encontro e me sinto apenas em ti.

um acorde, uma canção, uma vida.
quilometros não tem tanto poder assim.
mais que uma amante, uma amiga.
mais do que o passado, és pra mim.

te peço perdão por não te saber amar.
te falo que sinto que não sou merecedor.
eu juro que se pudesse iria te buscar
para beber dos teus lábios, o amor.

o dia do palhaço. (o teatro mágico)

eu me flagrei em minha mente,
dentro de uma imensidão de sonhos.
a procura da palavra presente
em meio há tantos seres medonhos.

meu nariz avermelhou-se.
sinto que meu rosto ficou branco.
em baralho dos dias, deparou-se:
de poeta e de palhaço, todos tem um pouco.

no mundo uma canção, torna-se cifrão.
e num dia comum, ignora o coração.
dentro dos meus versos, não cabe solidão.
muito espaço ocupado por esse pierrot azarão.

o sorriso vem ao rosto.
a fantasia até o pescoço.
a música é diferente de ontem.
de poeta e palhaço, todos tem um monte.

um mágico teatro (de poeta)
um teatro mágico (de palhaço)
uma magia poetizada (uma meta)
e poesia musicada (o que faço)

(!)

_______

em homenagem:
@oteatromagico @vannelzt @ingracosta @camiguedes @_natiiiii @moleeena @pokehiltz @fanitelli
à todos os poetas, músicos e palhaços: feliz dia do palhaço!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

tom jobim lifestyle.

beber algo bem forte e sair por aí. com um violão debaixo do braço. vivendo de insensatez. chega de saudades de viver o não. chega de outroras e chega de solidão. pra que viver em sofreguidão se se tem um violão? o mestre canta. nós ouvimos. nós seguimos. beber algo bem forte. afinal, não há santo espírito. apenas um corpo que irá putrefar em questão de alguns anos debaixo dos palmos, sete deles. maldito seja quem disse que essa vida é indigna, se a música é tão digna. que vá para a tonga da mironga do kabuletê. tomo outro gole desta púrpura bebida. leio um livro. choro notas. toco um choro. odeio lembrar do antes. odeon num apanhei-te cavaquinho. erenestiano são jobim. elis já não mais os mesmos. joão gilberto era desafinado e feliz. de que me adianta essa vida de certeza e tristeza? vou-me por aí, estrada a fora. o whisky e o violão. a bossa e o coração. a vida e o vilão. o violão e a canção. esse assim, assim de eu, o antes doeu. e agora, quem sou eu? sigo o tom que jobim tocava. pelo meio deste, sei que amava. agora sim. motivo de viver. buarque em hollanda ou ana em amsterdã. apenas sigo, coração mais sem cuidado. olho o wave. ipanema me sonha. fá com sétima maior nos olhos da garota. outro gole de canha. e sendo quem eu sou, saindo da fossa xingando em nagô, eu caio de bossa.

a saída.

depois de tantas cenas,
sentindo tantas penas.
tentativas vãs, apenas.
insiste em continuar.

procuro entender
porque a sua imagem
no ar, sempre a pairar,
reflete-se no mar.

as vezes, a saída
para o coração
é escondê-lo
a sete palmos do chão.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

a pequena dúvida.

hoje falas.
amanhã calas.
por que em minha boca
não escarras?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

perguntas.

e se eu fosse mais que um covarde?
se eu tivesse, por fim, coragem,
e te falasse, finalmente, a verdade
enquanto o meu olhar o teu invade?

e se a minha inconstância
tomasse a forma do meu coração
e meus lábios dos teus se aproximassem
tocando - se ignorando a razão?

perguntas que me faço todo dia.
respostas que lhe faço - melodia.
pergunto se eu posso me perder.
responda que em meus olhos há você.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

T

já conheço teus olhos.
decorei o teu sabor.
ainda lembro da sua boca
falando pra mim coisas de amor.

lembro da primeira vez que te vi,
no meio de toda aquela gente.
na verdade ninguém estava nem aí.
ninguém poderia nos ter em mente.

as nossas conversas, o teu papo.
os meus abraços nos teus braços.
aquele dia, hoje eu sei, foi eternidade.
eu tive, pela unica vez, amor de verdade.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

o antes, e o agora.

enquanto entrelaço notas,
tecendo você em harmonias,
mí sol tas, numa fermata,
a beleza das sinfonias.

de mim, o teu é único.
não me atrevo em mexer
nas lembranças mais
puras de te ter.

a mínima disfarçada.
em colcheias apagadas
em um pentagrama antigo
nem Mozart atreveu o escrito.

tem gosto.
há amor.
amável como só.
inexplicável.
no ato da apaixonar
e, secretamente, amar.

domingo, 28 de novembro de 2010

a volta.

uma beleza unica
de eterno amar.
uma eterna estrela
mestre sala de estar.

vais e vens,
e vens e vais.
volta num vão,
em vão, não.

enrola um olhar.
sorrindo pra mim.
te vejo no mar.
te tendo assim.

foi? voltou?
longe, mas perto.
mesmo que não junto,
o amor é certo.

te volto a versar
porque és muito de mim.
meus sonhos intriga
meu amor sem um enfim.

pra que a preocupação
se te amo como ninguém.
nunca encontrarás sequer fração
de meus carinhos sem porém.

sábado, 27 de novembro de 2010

nós.

passa o tempo,
fica o coração.
amigos que não amigos.
amantes de horas são.

o fogo que arde a chama.
me chama quando estiver
pronta, como quem ama.
ama, como vier.

teus sorrisos são meus.
e os meus beijos são teus.
os meus teus são óbvios.
os teus são meus trópicos.

lava a alma com tua mão.
arde a chama que ascendeu.
revivemos um não-vão
inovando o berço meu.

há um tempo, os sonhos aqueces,
mas, do nada reapareces,
trazendo no rosto um sorriso,
e no coração um amor.

irracional.

a inadimplência do irracional
lhe mostra o inalcansável da compreensão.
o nada aparelhe lhe mostrando a mão
e te levando pra o pior de um plano banal.
a indecisão fere e mata um coração.
um coração mata e fere a beleza da razão.

- ser feliz é ser amado?
- ser feliz ou ser amado.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

olho pela janela.

concreto, grades, muros.
pessoas, gritos, drogas.
mas, espera, o que é isso
que ilumina a madrugada?!

em cima do prédio das duas luzes acesas,
a unica luz que brilha.
uma solitária e pequena estrela,
misteriosamente, unicamente, cintila.

olho para ela, sinto que ela também me observa.
será que a morena, do outro lado da cidade,
também percebeu que a estrela nos reserva
o direito de estarmos num outro plano que nos invade?

monólogo da paixão entristecida.

já tentei ser mais direto.
já mostrei como é pra ser.
já tentei ser mais sincero.
já provei querer você.

o que mais é necessário
pra poder lhe conquistar?
nem lágrimas, palavras, acordes
lhe trouxeram pro meu lar.

juro que tento entender,
o que se passa em você.
mas sinto que não sou bem o que
você sempre sonhou em ter.

talvez eu não seja o melhor,
talvez minhas palavras lhe cansem.
mas saiba que já sei o decor
mil planos que talvez lhe alcancem.

monólogo de alguém que, impotente,
implora, suplica por uma mão.
por favor, ao olhar o sol poente,
pense no homem que mais te amou.

se todas as flores tivessem o seu perfume,
se todos os céus brilhassem feito o seu,
milhares de estrelas brilhariam, imunes,
de perder um amor, que de mim, é só teu.

reticências.

pois é tempo de balanço.
(...)

quando falas em voz baixa,

impulsiono o olhar à janela.
lá, um pequeno pássaro dança,
suavemente cantando a voz dela.

quando dizes que te odeio,

baixo os olhos e nego a acusação!
o fato é que, bombardeado por teu olhar,
de te amar, apenas tenho receio.

quando me perguntas

de onde tiro as palavras,
derramo tuas lágrimas no papel:
- elas escorrem dos teus olhos.

quando leio teus pensamentos,

na verdade é nada não:
apenas olhei para o alto,
de dentro do seu coração.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

você.

por que tu és assim?
todo dia causa sintomas saudades em mim.

monotática.

apenas uma. silenciosa. plena.
abro meus braços, como se fossem asas de paixão.
teus armários se abrem, como se esperando compaixão.
a tática é simples. eu tateio em busca de refúgio,
você procura minhas mãos em busca de um dilúvio.
um passo a frente.
uma vida menos dolorida.
relembro todo meu dia, as lágrimas derramadas de cada olho.
teus olhos me mostram um cotidiano não desigual.
mais um passo. os braços morenos se erguem alegriando-me.
envolves meu pescoço, como se o segurasse em cima de meus ombros.
envolve meu pensamento, já que agora eles voltam a funcionar.
envolvo tua cintura, com os meus braços frios.
abraço como se fosse a última coisa que iria alegrar.
abraça-me sabendo que é a unica na qual quero sufocar.
amor. alegria. tristeza. lágrimas.
agora somos um só. donos de um abraço.
agora somos dois. o melhor do que faço.

um dia errado.

acordei num dia fora dos calendários. um dia negativo. um mês inexistente. uma vida subsentida. sentido claro de derrota. antes mesmo de ir a luta. é claro, um dia como esse se torna comum na vida de um homem apaixonado. ouço harmonias lamuriosas, e exponho o incerto pesar da vida. até ontem andávamos lado a lado. mão a mão. coração a coração. o que, de tão errado, rompeu teu sono e roubou teu amor? o que tem tanto poder contrário a felicidade de amar? enjoaste de minhas carícias antes mesmo de minha mão tocar sua face e meus lábios fecharem seus olhos. cheio de sofreguidão, ando sozinho por um beco mal iluminado, lágrimas nos olhos, olhos ao chão, mãos nos bolsos. - deus, sou tão errado assim? - é certo que, por teus olhos me proponho a rios de escárnio. mas, depois de tanto penar, preciso de um mínimo de compaixão. PENA QUE SEJA. apenas te preciso. te anseio. te amo. ânsia de vida. é o que tenho. mas o simples fato de por ti ter me apegado já é sinônimo de morte. o beco escurece. o céu some. até a lua, fiel companheira de solidão, corre ao lado contrário de minha vaziês. me diga: o que queres da vida? te decide e me dê sinais claros. não é mais suportável te enxergar em meus olhos cada vez que me reflito no espelho. e refletindo da vida, me pergunto: até onde vai? amo, e amo forte. mas quão forte é a sua vontade de querer minhas forças?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

quem escreveu?

um copo de café,
uma madrugada quente,
converso com quem é.
com versos de um poente.

descubro aos poucos
que é do meu sofrer
que bombeio aos outros
o prazer de chorar ao ler.

é bom perceber
que as coisas fazem sentido.
que, as vezes, morrer,
me faz escrever tudo que divido.

confesso que não entendo
o sentido de minhas palavras.
confesso, inclusive,
que não minhas essas caras.

efeito de um olhar.

vi teus olhos quando ouviu
a canção de amor que te escrevi.
aquele momento em que sorriu,
o sorriso mais claro que já vi.

é estranho olhar para o espelho,
e dentro dos meus olhos, refletir você.
parece que sempre esteve lá dentro,
apenas esperando a hora certa de aparecer.

depois de mil versos e canções,
cada vez mais apaixonadas.
tento, a todo custo, criar situações
para viver a canção do conto de fadas.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

morena.

morena dos olhos
me deixe falar.
quanto mais te mostro
mais quero te amar.

te prendes no antes.
reprende o depois.
te peço que tentes
pensar em nós dois.

se eu tento te explicar
porque sou tão assim.
não vá me ignorar.
pois aconteceu pra mim.

é culpa de ninguem.
é causa do olhar.
por ti me apeguei.
e hás de amar.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

acordes da vida.

hoje, as palavras me vieram. e, ao contrário do comum do escárnio massacrante das veias, hoje elas colorem sons. do que sinto, esqueço, e ressinto o que lembro em outro ressinto onde era amar. sinto energia paralela àquela que me sorri os olhos. braços que acaloriam meu passar de séculos ao sorrir para a vida: amigos. grandes, pequenos, cheios ou vazios. não especifico. apenas por pacifício. e no ofício de escrever dos sentimentos, ignoro a tristeza de sofrer. e passo a erguer a bandeira do amor. brava mente, subo colinas, montes e invejas para falar deles! é bom, é satisfação, é prazer. ah, já lhe falei de música? é, amigos são notas. terças maiores que na quarta, lhe fazem pensar na tensão da quinta e, num diminuto, te levam a uma explosão de cores harmônicas que te repousam. aqueles que chegam, juntam-se, sorriem, e brincam de viver a sua vida, sorrir seu sorriso, e beber de sua poesia. que lhe fazem acreditar que suas palavras tecem algum sentido, e que sentem o quanto isso lhe é vital. vitorioso, também, é notar que ao juntar-se, as notas formam acordes. todavia, por toda via, de soslaio ou encarado, são maiores. mesmo que as vezes menores. maiores que a (falta de) vida. maiores que tudo que há para ser inimaginável. e, sim, amigos são a partitura mais linda do mundo. o prelúdio, o ayre, e o gran finalle. a ópera mais alta que o Monteverdi. toda sinfonia, toda aventura, todo amor. amigos são... amigos.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

breu dia.

há tempos não me vinha a tristeza. breu instantâneo que emenda as noites calando os dias. ontem olhei-te nos olhos. vãos e frios. a profundidade de quem não tem fundo e não tem vez me encarou com tristeza e pesar. mesmo que minha vontade de gritar e trazer brilho à face fosse enorme, eu despencava dentro do calabouço de tua negra pupila. jogar-me dentro dela e esquecer de respirar tornou-se minha incontrolável vontade, já que a voz não vinha viver sua morte. inutilidade de um coração que ama, desesperadamente, a necessidade de te fazer feliz. um sorriso. um olhar. um beijo. tudo que queria. mas com sinceridade. sem a sensação de amar o desamor. e desarmar a paz que existia na sensação.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

poeminha.

- você é linda.
não me canso de hoje isso dizer.
estou sentimental
e tu me apareces, amada,
como tal.
me faz encher de palavras
alumiadas em carnaval!

- também estou, por isso
não me canso de dizer.
OBRIGADA POR EXISTIR E
ME FAZER DOS PROBLEMAS ESQUECER.
FAZER DOS MEUS DIAS MAIS SUPORTÁVEIS
com as tuas palavras lindas,
travestidas em poesias.

- LINDA É VOCE QUE DANÇA AURORIANDO O MEU DIA,
DIANDO A NOITE E ADIANDO A MORTE.
ESCREVENDO A POESIA DE UM FALAR EM NOSTALGIA
DO AMOR QUE ONTEM VI, E QUE HOJE ME REVERENCIA.
me trazes o amar do pecado que me estadia
no paraíso dos teus braços que acaloriam minha dividida.
um novo idioma a cada frase que se aplaudiria
no teatro da molenamolência do amar de inteira vida.

palavras.

pequenas e inferteis.
vem e vão com o vento que sopra levando os sorrisos
e trazendo os deslizes das faces fáceis.
de vida inútil longa e de muitos avisos,
a útil vida se torna rancorosa do lado da morte
que vem acompanhada da sorte
de decolar de um mundo mutado.

de solidão e rancor,
construo um castelo de areia.
o pó advindo da vida que tento por
em função de o sangue correr na veia
e bombear aos olhos amor.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

well, well, well.

a saudade é grande.
mas não é fatal.
mesmo que ande
me fazendo mal,
ficar um tempo grande
sem o teu sal.
minha pequena drugue invade
meu espaço brutal.
torna minha sonho cidade,
num rock carvanal.

especial, de verdade.
essencial, como tal.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

boa noite.

agora, sob o contexto de uma frase
que fraseia um novo texto,
com o carinho que não mereço
e com um caro afeto,
dos amigos me despeço.

vou ao leito para um vôo lento,
por dentro de sonhos que,
como leite materno que deleito,
mata a vontade do desejo.

tudo que quero me vem em sonho.
sonho que quero que venha
me trazer tudo que lhe trago,
ao tragar de seus beijos
que são de meus desejos.

lia.

o que posso dizer?
depor sobre o perfeito
nunca sairá do imperfeito.
impróprias palavras
que talvez venham a ter valor.
você me traz
tudo que sempre chamei de amor.
voltei do caminho que seguia,
para andar do teu lado, lia.

domingo, 7 de novembro de 2010

camila.

um alguém.
um pequeno rosto que brilha feito o sol.
o sol que não poenta.
que palavreia o poeta.
que beira uma overdose
dos sorrisos mais lindos.

um alguém.
uma pequena fonte de inspiração.
a imensa alegria de um coração.
transforma meu dia em perfeição.
e que me traz o famoso sentimento,
que desconheço desde sempre.

um alguém.
um amor.
uma amizade.
uma confiança.
um sorriso
que brilha, cintila
em teu rosto,
camila.

sábado, 6 de novembro de 2010

dividida.

é pena perceber que olhares
não sustentam um amor.
desancorar o barco e remar em outros mares
em busca de calor.

eu peno em aceitar
que não é no teu olhar
que passarei o resto da vida.
sonhos sem dividida.

quando não se sabe o que falar.
quando o seu esforço não é valido.
dar carinho não garante o ganhar.
amar não representa ser amado.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

hey, laudo de um sorriso.

de seus sorrisos dependo.
nos seus sorrisos me prendo.
se jogo sujo, ou limpo jogo?
só sei que, no meio do caos, te imploro.

emana paz.
emana beleza.
emana perfeição.
emana vontade,
de pegar pela mão.

minha vida invade.
meus segredos desvenda.
minha inteira metade.
meu interior remenda.

com pincéis de pureza
me desaprende a dizer não.

descarga mental.

ruim é estar estático.
já que ser estático é sinônimo de nada,
nem frente, nem trás, nem voz, nem vez.
estou parado em uma estranha estrada.

deserto que floresce ao meu redor,
sol poente que acinzenta a alegria.
tudo que existe, me irrita, mesmo o pormenor
dos problemas, traz caos a beleza do meu dia.

não vejo nada, nem ninguém.
apenas o horizonte que se exibe aos olhos.
nos bolsos, nada. na cabeça, um vintém.
a intenção é de um dia fugir para o além.

não sei por que continuo tentando me expressar,
talvez por conta de um vício sentimental.
mas é tão difícil tentar representar,
quando é mais fácil olhar e entender um animal.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

a simbologia do amor.

existe simbologia maior que o "eu te amo"? não há palavra que simbolize amor de verdade. amar é justamente o léxico definido para o indefinível. só que, por via das duvidas do não sentido, o máximo que posso te dizer na tal falta de senso que repousamos nossos olhares, é o "eu te amo" simbólico do inexpressível mal contado que fica sob uma perspectiva não sabida de entendimento de suas contas, fórmulas e carinhos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

caminho...

ouço passos que caminham sob um céu de pedras,
que pesa em minha consciência e me traz rancor.
minha alma chora sobre um chão que pesa,
e tudo que mais quero é aliviar a pressão da dor.

antes de falar, já nem penso.
não tenho mais força para tal.
busco, desesperadamente um recomeço
que comece de quando éramos sob o mal.

inconstante sentimento de amável ódio.
o paradoxo do tal sentimento que nada sente.
aquele que ninguém nunca ouviu falar,
mas todos já sentiram, mesmo sem explicar.

sei que de minhas rimas já cansaste,
e que delas escorre a minha imagem de fraqueza.
mas tão incerta é a tua perfeita beleza,
que de apenas por perto viver tenho certeza.

não vejo muito sentido no que falo,
mas sentido não é algo que se sente.
mesmo que sentindo que vamos até o talo,
sinto meu coração aprendendo o sentido do carente.

preciso fechar minha boca,
para que meu coração se cale.
mas sinto que, quanto menos penso,
mais o coração desacompanha a mente.

domingo, 24 de outubro de 2010

luísa.

ao teu papo, me remeto à lona.
o teatro começa, os palhaços fazem a lamúria.
o povo ri, a alegria reina, os corações pulam
e ao lado oposto do mundo, sonho com luísa.

nem meu primeiro verso,
que sempre obediente aquietava-se
ao meu falar,
obedeceu.

isto é você.
misto de racionalidade com poesia.
o trazer do mundo o melhor de si
e transformar o ar em magia.

olhos de palhaço.

teus olhos de boneca de pano,
teu nariz de palhaço,
tua presença de inteira vida,
teu prazer de criança.

um sorriso puro como a água,
que cai dos meus olhos,
e escorre em seu rosto,
renunciando as nossas mágoas.

todo bem amar, começa de um sorriso.
toda pureza nasce de sorriso.
toda amizade vem de um sorriso.
eu e você nascemos de um sorriso.

vamos sair, pular e cantar.
vamos esquecer a tristeza
e provar que somos pureza.
provar que existe o amar.

sábado, 23 de outubro de 2010

a falta.

a falta que me faz
o pedaço de vida que me roubaram.

existia o tão somente,
e existia ela.
e do existente nada
reexistiu o tudo.

entre olhares,
entre renúncias,
entre corridas
e entre lamúrias.

a pedra angular que fora tomada.
o bloco central do eixo principal.
do fumante, o vício.
e do crente, a oração.

me foi arrancado, para de vez em quando.
aberto a visitação, mas aberto demais.
tudo que pretendia de ser meu,
agora é tudo que de outros quereres existem.

que falta que me faz,
o pedaço do céu que me roubaram.

ninguém por ninguém.

muito ficamos sem nos falar, mas as coisas não mudam.
eu sinto que posso te deixar olhar por todo meu mundo.
se as coisas fossem assim com todas as pessoas, ninguém por ninguém, precisaria chorar;
mas sei que posso te dizer numa boa.

te amo e sinto que também me amas.
te olho nos olhos, sorrindo quando reclamas.
as vezes eu acho, se não puder te olhar
que derrubaria, as estralas que que estão no ar.

estudo as estradas que me levam ao teu abraço
e sinto que me esperas, olhando por tudo que faço.
ao abrir seus braços, esperando pra me dizer
o quanto sentiu falta de denovo me ter.

te amo e sinto que também me amas.
te olho nos olhos, sorrindo quando reclamas.
as vezes eu acho, se não puder te olhar
que derrubaria, as estralas que que estão no ar.

ângela...

os olhos que vem de encontro aos meus
me trazem imagens de alguns anos atrás.
no mais inesperado presságio de perdição,
apareceu, tomando a minha mão.

agora onde está
pra’eu me perder, no teu olhar?
vem me lembrar
de tudo que nos prometemos buscar.


ângela.


é pena não estar do lado de cá
para trazer aos meus dias tudo que há.
me deixou lembranças da tua reação
junto com um misto saudade e a solidão.

agora onde está
pra’eu me perder, no teu olhar?
vem me lembrar
de tudo que nos prometemos buscar.


ângela.

confusão

preciso decorrer de palavras,
o por dentro em mim está confuso.
reclamo, choro, rio, alegro.
não sei, tu não te fazes entender.

organizar as idéias.
se é que elas ainda me vem.
pensar se torna difícil
quando se é uma metade.

ouço minhas canções,
elas me remetem a ti,
apesar de outros amores nomearem-nas,
a tua silhueta é que me vem desesperada.

nem minha voz consegue libertar-se.
cantar sempre foi a forma mais fácil do escape.
permita-me entender,
pulo, fico, confundo, subo, volto, vou?

mas, apesar de tudo,
lá em cima ainda estas.
mesmo que o enfim escarnioso do porém
tenha carcomido tudo que me restava de vida.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

de claras são.

a sutil grandeza de perfeição simétrica.
uma simetria de lados diferentes.
uma perfeição, que imperfeita, se torna diferente
para mim, e me traz alegria sincera, da música a métrica.

um sorriso feito de acordes,
o repouso da tensão, a luz da escuridão.
minha pequena sinfonia, feita de paixão.
um misto de desejo e ilusão.

talvez nunca possa dizer minha.
talvez dum reino, nunca a rainha.
talvez não ouro para minha ilusão.
mas sim, mesmo que quieto, te chamo paixão.

momento...

...em que se toca que o esforço não é valido,
que seu caráter é construído de atos falhos,
que se é uma carta fora do baralho,
que não há ninguém para abraçar do outro lado.

momento em que se nega o que é.
não há personalidade para assumir,
que o não toma, por fim, o sim
e não há um escape por onde sair.

costear sentimentos imperdoáveis,
tatear lamúrias que, sentidas,
pesam mais que seu próprio ser:
a alma em dívida com o jogo.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

o maior ódio dos odiados.

as vezes acho que ser bom é mal.
não sei, essa é a sensação que tenho
a cada chute com o qual sou presenteado.

o problema está em não pensar duas vezes.
nem eu, nem ninguém ousa atemporizar-se
para pesar os desagrados dos enfins.

nem eu, no esgotar-me exaustivamente
para o simples fato de, por burrice ou bom coração
gostar de sorrisos.

nem eles, por tragarem ridiculamente seus cigarros
feito troféus, fardados com seus sorrisos heróicos,
enganando, pateticamente, todos os idiotas como eu.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

até hoje de noite.

hoje te conheci. uma pequena fonte de luz. uma prova de que o bom vem ao olharmos para o outro lado. pequenos olhos de esperança. um grande sorriso me traz, traz palavras que emanam harmonia. e harmonia que emana paz. todos os dias conheço o perfeito. e todos os dias espero do perfeito que seja eterno. todo dia é eterno. mas todo eterno acaba no final do dia. morre junto com o sol poente. e nos projeto a imagem perfeita. a imagem que nos mostra que é possível nascer todo dia novamente, no outro lado do mundo, no outro extremo da solidão. a luz me cega logo que aparece. e me deixa cego pro resto da vida. que acaba no final do dia. cego de vontade de conhecer o perfeito que vem nos olhos da pequena. conhecer a perfeita vontade da pequena cegueira. vontade de você.

sentindo sentido.

será que penso em continuar vivendo
do lado de tudo que me faz viver como agora?
não há muito sentido em viver morrendo,
se continuar sentindo é também estar indo embora.

olho o interno, faço que nego,
nego que olho, interno o que faço.
continuar sempre em frente, difícil é andar pra trás.
eu não vejo sentido, sentindo tudo que ainda farás.

e se a vida é tão boa,
e se a vida é tão dura,
pra que ver sentido em tudo que vive?
melhor é viver sentindo, assim se sobrevive.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

amores de outrora.

grandes, negros, opacos. procuro, em teus olhos, o que antes era explícito. um espelho onde via o bem, um refúgio que me convinha. de uma hora pra outra, os olhos enegrecem. e tudo que antes era dito, agora é calado.

seco, sem vida. teus beijos, que antes eternos, não ocupam sequer o vivo de meus segundos. esvazia minha'alma. rouba o sentido de meus dias. não entendo como que, num passe de mágica, o fogo aguou. tento pensar, mas já não consigo. já não enxergo, sequer, um palmo à frente. o negro de teus olhos apagou o mundo que meus olhos viam.

tento me refugiar, achar um lugar seguro. tateio, desesperadamente, por uma veia que bombeia sangue em minha vida. nada. tudo está parado; não em paz, apenas, estático. nem chorar me é permitido.

olho para a lua, e nela lembro de você. um piano. uma música. um beijo. e apenas fico me perguntando:

por quê?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

vontades.

elas vem e passam.
eu queria demonstrar,
transparecer por dentre
palavras.

palavras pequenas,
mas que unidas, sangrem.
intensas, fortes,
que bombeiem os escárnios.

não ouço nada.
por vezes, só o que ouço
é o grito em vão
do silêncio.

não vejo rimas,
não ouço as letras.
se não me anima
não ver as deixas.

olhe para o nada.
componha uma sinfonia.
faça de mim você,
e fique dos meus sonhos a mercê.

não sei se quero,
mas quero saber.
te levo ao meu ego,
te faço prazer.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

tentativa

tento, desesperadamente,
voltar a mostrar de minh'alma.
me encontro em profunda alegria
que abafa e amarra, cala a minha poesia.

a melancolia de um poeta
é o segredo de sua angustia.
por não dizer sucesso,
pois suas palavras são um protesto.

um ode a tristeza,
um pesar da alegria.
os paradoxos iguais
que correm uma só via.

não posso estar tão alegre
se quero de mim um dia,
ler, reler e não reconhecer
que aquela era a minha

poesia.

a melancolia é o pincel do poeta.

ei, que isso?

não sei. hoje, logo pela manhã, olhei para o mundo.
não me recordo de tê-lo visto antes. não deste ângulo.
eu o encarei.
era estranho, tudo que me recordava de seus dias eram quietudes.
de certo não sou bom de memória.
é fato que não tenho como lembrar do que não vivi.
mas agora, era tudo tão...
...normal.
coisa estranha. quando as coisas são normais.
tenho amigos. afazeres. estudos. e acima de tudo,
vontade.
alguma coisa há de estar errado,
de fato, há alguem em minh'alma.
tenho esperado tanto das coisas. e as coisas tem sugado tudo que há em mim.
vivo
ou
sobrevivo?
não sei,
só sei
que quero me perder.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

um filete de coração.

daria tudo pra te abraçar
trocaria o mundo por um olhar.
se eu pudesse realmente expressar
e não somente, inutilmente falar.

se o mundo fosse mais generoso
te traria pra perto de mim,
criaria pra nós um mundo
um paralelo do que vejo aqui.

sentimentos que vem cada vez mais velozes
angustiam a magoa do que não passei.
carências de abraço, de mãos e de olhar
nos olhos mais lindos que já amei.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

é estranho dizer...

...mas sinto que perdi o chão dos pés.
não vejo um palmo a frente, sequer.
tomado por sentimentos eu simplesmente sigo
e não olho pra trás pra não morrer.

se descuido, tropeço.
se me cuido, erro.
louco, são, ódio, amor.
tudo se mistura e devolve aos olhos a cor.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

os membros.

nasceu.
das pontas dos pés, subindo pelas pernas, me dando sustentação.
passou pela minha cintura, onde envolves, maravilhosamente, tuas mãos.
me veio a barriga, como borboletas que anseiam por um vôo livre e não sabem por se onde hão.
passou pelo peito, me prendendo, de tanto em tanto, a respiração.
os braços, que antes me davam pouca força, agora suportam a maior pressão.
o pescoço, onde deixas tuas marcas, como que demarcando um território, que ninguém irá roubar.
a boca, onde escarras teus beijos, e começa a me animar.
o nariz, que inala teu perfume, tonteando o que virá.
os olhos, a porta da alma, por onde olho os tais mais lindos que há.
o cérebro, que louco trabalha tentando formular frases que não vão lhe acariciar.
tudo se encontra, tudo se aconchega no calor do coração.
o dono do amor.
o senhor da razão.
meu.
teu.
nosso.
amor.

amor.

estou apaixonado.
existe poesia maior que esta?

rimas soltas

se faço que hoje desfaço,
é pra um certo espaço,
por assim dizer,
deixar rastro.

o rastro de saudade
que inunda meu ser,
te traz um traço
de quem quer viver.

te olho com as mãos,
te pego nos olhos.
te trago em meus lábios,
o meu teto sólido.

enlouqueço porque
não sei mais o que
mantenho a dizer
ou começo a fazer.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

as primeiras letras do último verso.

olhos.
lindos e meus.
neles me vejo.
neles me sinto.
sinto que quero.
quero que sinta.
sinta o que quero.
e queira o que sinto.

paixão por amor.
amor por olhar.
olhar por em ti,
ver o que podemos ser.


te quero
hoje eu sei
amor não falta
inexplicavelmente
não nego
e digo que te quero.

chão de céu.

quero ver se consigo entender:
as palavras fluem como um céu
que derrama estrelas. as quais pisamos
sem dar-nos conta de um chão de céu.

o ser humano é incompreensível,
se acha tão esperto quanto um Deus.
algo que sua esperteza não pode
comprovar a existência.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

mas que evolução...!

me perco perante tanta coisa. já não sei para onde olhar, já não tenho dedos para tanto apertar. cores, luzes, sinais. minha mente pede fuga. mas não consigo. dependo de tudo isso. é pasmo meu estado ao perceber como é o ser humano. aprendemos a viver com, e desaprendemos a viver sem. mas mesmo com tanto futurismo, não há nada mais complexo que o entendimento do feminino ser da morena.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

live fast, die young!

há tempos que não penso de meu-eu. escuto estranhas harmonias revoltadas com o por hora de nossos dias. converso com pessoas que à meu rosto trazem sorrisos. minha vontade agora é indefinida. sinto vontade de amar e me resolver na vida. mas também sinto, e mais aínda, a necessidade de tragar um cigarro, beber algo bem forte, e acender a vida. viver o irreal, buscar a morte de forma violenta. violencia nua e crua com meu eu. pra quê? pelo simples fato de ser divertido. lia, esses dias, sobre a 'bebida purpura' de jostein gaarder, e me toquei de como somos tolos. queremos viver milhões de anos e ganhar muito dinheiro, e não nos damos conta de que morremos tristes. viva menos. aproveita mais. escute erudita. faça rocknroll. transe. brigue. fume. drogue-se. mas viva a vida com vida de verdade. e não morra a cada dia, com a desculpa de viver. amém.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

insensatez...

me foi questionado onde estavam as palavras nervosas que escarro. me foi perguntado onde perambula minha cinzenta alma. me pergunto também: onde?! tua insensatez me tira tudo... vontades, sorrisos, virtudes... todos se vão, ao léo como uma folha cai na primavera. a primavera mais negra dos últimos dez anos. acredito em Deus, acredito no amor. mas não sei mais até que ponto. se nem de escrever mais me encorajo. penso no amor, não me recordo de palavra mais complexa: é feito pra rir, pra ser feliz, e me faz chorar. um poeta me disse que sofrer é amar demais. e sempre o ridicularizei pela minha concepão criada do amor. hoje vejo sua razão: passo horas, dias, quem sabe séculos lutando por breves cinco minutos de atenção. e tudo que ganho é um não. depois ouço de flores, de suavidades. não entendo como uma alma tão amada pode ser tão insentada, insensível. é, é o que tu és para comigo: insensível. meus sentimentos são feridos como brinquedos usados e inutilizados. contando, dir-vo-ei adeus. sabes onde me encontrar. tenha uma boa explicação. porque eu não me encontro mais em tanto sentimento.