quinta-feira, 27 de outubro de 2011

o sempre agora.

a noite chega lenta e calma,
a mente lembra, adia, a noite...
a tua face, o teu calor,
miragem num deserto ardor.

será que é calmo, ou realidade?
será que escarro, ou te trago aos braços.
que a chama vil permita que
o que passou ainda possa vir.

é tão real, é tão de pé.
é tão banal, é tão clichê.
é tão oposto à dor, teu rosto.
é devagar meu bel brazer.

mirando o norte,
a vida vai.
real ou sonho,
indo ao teu mais.
não olho atrás,
apenas vou.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

à moça.

tanto tempo até te achar,
perdida em sonhos desertos,
com medo de se encontrar.

e ao meu olhar,
você não acreditou
nos nós.

e hoje estou aqui,
de joelhos para te provar
que é de se entregar,
é de se pensar,
eu vou te cuidar.

e entre momentos
de estar só ou estar são,
a tua estação na minha vida
me inverte a refração.

 e  essa fração do meu sentimento
 que ponho em tuas mãos,
 que sirva de motivo, de calor
 pra que possas de novo sorrir.





segunda-feira, 17 de outubro de 2011

manifesto cultural.

quase uma vida abraçados,
ou uma vida em cada abraço.
que decida se despacho,
ou que ame se te acho.

artesãos que tecem versos,
poetas que cospem fogo.
que tracem o amanhã,
ao tempo que pintam o rosto.

gritem seus léxicos tecidos.!
manifestem sua cultura!
retracem o sentido
desta capital de literatura.

que não fique no há de vir.
que o há que venha, dê e fique.
ares de revolução,
através de uma canção,
que misture todas as artes
em um copo e as agite.

!OPERÁRIOS DA ARTE, UNI-VOS!

sábado, 8 de outubro de 2011

pleno.

ando por aí, perdido em becos e ruas.
leio poucas linhas de um livro antigo, no escuro.
talvez o peito corroa de saudades tuas,
estranho, mas ontem era tudo tão obscuro...

obsoleto ser que trama tratados conosco.
negro caminho que a gente insiste em seguir.
cair no mesmo precipício todas as vezes,
amar pra desamar, sempre que conseguir.

um tolo uma vez disse que amar é ruim,
que apenas mata a alma e nos mata aos poucos.
verdade é a dor que trazes a mim,
mentira é dizer que amor é para loucos.

se eu corro, se eu caio, se eu amo,
desamo, retraio e discorro.
é simples, é como um pedido a si mesmo, socorro!
só ama quem sofre em nome do outro.

é.

tem dias que dão e passam,
sem bancar o ostinato.
a beleza da rara admissão,
seres sentidos sem desacato.

o mar, em toda sua imensidão,
escárnio por um pedaço de pão.
dilúvios por um pouco de atenção,
meu tempo parado nas tuas mãos.

que vá, que venha, que morra, que nasça,
parece que agora és tu, mia senhora.
que cuide, cultive, não jogue as traças,
fermatas longas do instante agora.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ao teu pedido.

olha só, pensei de não haver candura,
que a moça que passa na rua,
pudesse um dia me mostrar...

olha lá, os olhos de beleza pura,
a flor e sua formosura,
é de se pensar, se entregar, se jogar.

é má essa moça, é minha cura,
é, loira, tenho saudades tuas,
e acabei de te abraçar...

é pele, é claro, é são, é pura.
é moça e não me habitua
em tanto querer voar (no teu ar).