domingo, 18 de novembro de 2012

ontem.


me pus a pensar se não,
ou se não é, de vez, sim.
que se o talvez do instante,
já não é certo pra vida.

do medo que dá de passar,
da ânsia que sobe a roçar
a nuca com meus carinhos,
não sei se é de pensar.

do já é que te olho agora,
pois nada que vem se dissolve.
por mais que se agora resolve,
pra sempre a memória irá amar.

dos beijos de leve ao pescoço.
o meu gosto fel no teu rosto.
a cabeça gasta da esquiva,
e a vontade rente à saliva.

é que muito 'vou ver'
trava o riso do acontecer,
e quando alumia teu 'sim',
não existe nada mais em mim.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

a te dizer

pare de me desviar os olhares,
se não quer me beijar os lábios.
que audácia tamanha que a faz
me sorrir, e me fazer chorar?

e é o que tenho a te dizer,
que amanhã eu pego a estrada,
que não podes criar meu abrigo,
sempre ao redor do teu umbigo.
que não podes me por num asilo,
que não podes me por na tua estante,
e nem podes me trazer-te aos poucos,
que o que quero é contexto
e não apenas teu trecho
apertando a minha mão.


não!

passei por você, hoje a noite,
e me pareceu que o mundo parou.
todas aquelas pessoas que andavam,
sumiram, quando você não voltou.

não peço pra que me contes,
nem falo pra que me encantes.
eu sei que é é impossível
sorrir para todo o sempre.

mas, destes versos, que trago,
quero que tires afeto.
o teu sorrir é mais perto,
e a tua candura o clamou.

não! 
não derrube ao mundo tua água.
me deixe os dedos molhar.
te trago um poente incerto,
mas trago pra ti meu olhar.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

saudade pequena.

e agora me deixas alegre,
dizendo-me da saudade,
que, alegre, te veio a face,
bateu a porta e te adentrou.

da mesma saudade eu dizia,
e agora, até me parecia,
que saía da minha boca e te buscava
o caminho pra te visitar.

caso sério, xícara de café.
madrugada de música.
digo a tudo um breve até.
e me ponho à tua busca.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

já que pediste.

não vou fazer versos feios,
se cabe a mim lhe falar,
se cabe aqui traduzir,
sorrisos que saem da tua boca.

não, não espere que eu vá desgastar,
um mundo de letras tentando encontrar
sentido em palavras que não são capazes
de falar-te, em versos ou prosa.

que eu teça da alma os versos teus.
porque só de minh'alma eles podem
sair de minha boca e bater na sua porta
sem dar-te risada perante minha face.

enfim, pra quê te versar?
se és tão real?
posso dizer que prefiro te olhar
e deixar que as palavras se afundem...

...no nó que engaste a minha garganta.