sábado, 19 de novembro de 2011

vai.

vai, já te pedi, é só dizer...
não temas a dor que causar,
de fato, prefiro me arder,
do que não ter no que acreditar.

denovo, mais uma vez,
outrora me destes um bem,
deveras estavas também,
do outro lado da ponte.

me deves um não sem porém.
é visto em teu fundo de alma
que não trazes sequer um vintém
de tudo que dizes na calma.

vai, fala de uma vez,
não podes se esconder de mim,
se mesmo no calor do teu sim,
congelas o certo do não.

pareces que nem aí tem clarão.
não só no fundo da imaginação,
me fazer pensar outra vez,
sobre o que me procede tua tez.

me digas, por vez, dessa vez,
preferes viver de ilusão,
enrolar quem segura tua mão,
e que morre por dentro? talvez.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

auto.

eu vi alguém no ar,
se afogando nas nuvens,
se entregando ao vento,
voando no mar.

prefere desistir,
antes de tentar.
mas ousa calar,
a voz dos fracassados.

releva toda dúvida,
entrega a sua paz.
por um pouco de afeto,
pierrot analfabeto.

faz parte do seu ser.
retrai o conviver.
renova toda ideia,
traz plena odisseia.

e joga-se do abismo,
de dentro de si mesmo.
se mata da sua alma,
e nasce o corpo enfermo.

olhando pras suas mãos,
sem crer que está ali.
tão sóbrio quanto o não.
tão longe quanto o sim.

se vira pra viver,
desvira o que há de ser.
inventa sua paz,
armada, desleal, sem ver.

não traz consigo pão,
tampouco leva luz.
talvez não passe de escuridão,
mas tenta, claro como tal,
não ser tão, denovo, artroz.

de novo se esvai.
pintado de um rei.
traçado como pai,
tratado como sei.

pra alguns não passa de um,
pra outros, descomunal.
pra si, contrario do que
dizem ser normal.

prefere confiar,
e deixa-se enrolar.
prefere confiar,
e deixa-se prender,
por querer viver,
por tentar amar.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

bem na real?

não consigo entender,
já dizia o poeta moraes,
é melhor ser alegre que ser triste,
mas é o negro nosso cais.

faça por entender,
rasgue sua vida,
amasse o seu papel,
vaze sua caneta,
quebre sua rotina,
chore até encher o poço,
mas o fundo dele.
pronto, acontecerá,
por fim, poetizará.

confiança.

será que amanhã tudo volta ao normal?
será que seresta acabou-se, por mal?
é grande o penar de pequena vigília,
é imenso o vazio de uma vida sem trilha.

foi grande assim o que não foi pra mim?
desejo profundo que voltes aqui,
e entendas, de vez, que o que machucou,
não foi mais que um não que teu sim encarou.

é muito penar perder confiança,
é chato, quisera poder não passar.
mas digo que existe no mundo, um pior,
reconquistar os olhares que - juro -
não haveria razão para perder.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

el niño.

dei voltas em voltas de mim
furacão que deu e passou.
não esperava enfrentar tanto assim,
um tanto que nem se criou.

talvez eu entenda por mal,
o claro de não ser porém.
talvez eu seja banal,
ou talvez eu seja teu bem.

tem dias que o dia se põe,
e é claro que isso é normal.
normal não são nossas canções,
em um mundo onde não há razões.


perdoa se eu não entender,
mas presta atenção no que for.
o medo é de te perder,
no meu mundo inteiro de amor.