grandes, negros, opacos. procuro, em teus olhos, o que antes era explícito. um espelho onde via o bem, um refúgio que me convinha. de uma hora pra outra, os olhos enegrecem. e tudo que antes era dito, agora é calado.
seco, sem vida. teus beijos, que antes eternos, não ocupam sequer o vivo de meus segundos. esvazia minha'alma. rouba o sentido de meus dias. não entendo como que, num passe de mágica, o fogo aguou. tento pensar, mas já não consigo. já não enxergo, sequer, um palmo à frente. o negro de teus olhos apagou o mundo que meus olhos viam.
tento me refugiar, achar um lugar seguro. tateio, desesperadamente, por uma veia que bombeia sangue em minha vida. nada. tudo está parado; não em paz, apenas, estático. nem chorar me é permitido.
olho para a lua, e nela lembro de você. um piano. uma música. um beijo. e apenas fico me perguntando:
por quê?
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
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