quinta-feira, 27 de agosto de 2009

quem?!

sinto tudo se afastando de mim.
confesso mais que constato.
escárnio mais do que rio.
ignoro todos meus pontos vitais.

sinto tudo se afastando de mim,
como que se para voar
o mundo tivesse que de mim
se afastar.

sinto tudo se afastando de mim.
não tenho mais forças pra caminhar.
apenas quero parar.

sinto tudo se afastando de mim.
ou será que
quem se afasta das coisas sou eu?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

o tudo e o tudo novo .

deixara tudo. cansara-se da sua vida passada que ainda habitava sua alma. resolvera mudar. livrar-se da mesquinhês da rotina. pensara e repensara sobre quem era seu-eu. e chegara a conclusão de que era nada. por mais que o esforço fosse grande, não lhe era importante nada que habitava sua existência. amar?! era tão relativo. ao mesmo tempo que amava muitas coisas e tinha muitos amigos, não sabia exatamente se um dia realmente chegara a amar de verdade. sempre fora tão correto, mesmo sem saber direito o por quê. agora tudo lhe parecia tão precário. sua vida fora tão alternativa, que fora para ser vivida em um mundo alternativo. discorrer sobre seu estilo em um mundo desestilisado era o mesmo que tentar mudar o mundo apenas confiando na força governamental. ilusão. tudo era ilusório. as visões que lhe olhavam eram tão anuviadas que não conseguia enxergar direito. mudar! novamente, mas não de novo. jogar-se em um novo momento. livrar-se da superinformação, do correto, do seu próprio senso comum. o seu "clichê-alternativo". olhou para a mesa. ali estava sua foto, ao lado dos velhos amigos. o que será que pensavam ali? será que realmente tivera amigos? aonde eles estão agora? covardes... há alguns anos me chamavam de irmão. olhou para trás, a cama desarrumada e as velhices no chão. mas tudo bem, ele não iria mais delas precisar. renunciara toda a velha vida para um novo mundo.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

a chuva. - segundo dizer -

tão distante. tão enganadora. tão... vital! nós, seres humanos, compreendemos mal e desprezamos a chuva. logo a sua revoltante lembrança, passamos à um enraivamento de nossos íntimos. tantos compromissos, tantos afazeres, e tantas paixões de uma tarde apenas. tudo, literalmente, por água abaixo. nesses dias tudo parece ficar mais lento. um simples gesto de abrir uma porta se torna uma lamuria. e, nessas horas, pensamos o quão fúteis fomos ao mal dizer do sol à pique. mesmo o falar com os amigos para cancelar o passeio não feito já nos é deturpado. parece-me que todos somos grandes tolos pouco pensantes, estes que imaginam a felicidade em poucas horas. felicidade errônea. e somos, sim, grandes tolos. a chuva, como já dito, é incompreendida. é um presente dos céus, se é que céus são alcançáveis... nós, pouco pensantes, precisamos de individualidade. dom este, pouco estimulado pela ânsia do à pique com os outros mal pensantes espalhados pela crosta. quando verte a água do céu, além de refazer as águas de nossas sedes, bela oportunidade nos dá para parar. quase que um aviso. mesmo que incompreendida, a chuva mostra que o nosso pouco pensar nos está fazendo quase que públicos. o individual nos é restrito, fazendo jus ao pensamento. por que ao contrário de reclamar, nós, de pouca inteligência, não nos procuramos dentro de nós mesmos? a individualidade pode te salvar a vida, e a chuva pode ser o caminho...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

misantropo?

todos se perguntam seus defeitos. e qualidades. há pouco descobri que metade dos meus podem ser resumidas em misantropia. bom e ruim. bem e mal. eu, que sempre preguei amor e compaixão, sinto o ódio corroendo minhas veias como ácido potrefando um cadáver qualquer. meu coração palpita, mas já não por amor. ele bombeia todo este escárnio. frívolo. insano. corrente. as pessoas não me agradam. longe disso, me decepcionam. às vezes penso que encontro um porém dentre a futilidade dos de novos. mas não. atuam. brincam com você como brincavam com um boneco na infância. nenhum ser humano tem o direito de brincar com o sentimento de um igual a si. e por estas que controlo em mim todo o ódio pulsante de minhas veias. mas se eu pudesse, fazia-os experimentar o ínfimo do que me jogam na cara. se eu pudesse... os explodiria, todos de uma só vez. operários do inferno. vadios. sinto a misantropia em sua forma mais selvagem por dentro em mim. ah, se eu pudesse, simplesmente, dividi-la...

sábado, 8 de agosto de 2009

é...

...o vento veio contra o cais. a vida não acostumou. o barco balançou. lutou. lutou. mas cedeu, e virou. e de joelhos, eu peço aos céus para não lhe perder. espero que tenha alguém em casa. odeio infinitamente as descrenças em amizade. mais odiados aínda, os descrentes no amor fraterno, na irmandade. incrédulos e idiotas. digo aínda que carentes. pois não tiveram meu privilégio. eu tenho você. não tem asas. não desceu dos céus. é de carne. é de osso. é de fé. e aínda é um anjo. obrigado.

alívio.

alívio de verdade. era só um imprevisto. ao ler, o ar entra em minhas narinas, passa pela minha garganta, aliviando-a. caça as borboletas. ah, como é bom sentir novamente. desamortecer. viver. amar. não ia aguentar outra lição da vida. mas agora vejo que estra traiçoeira nos traz surpresas, proezas. apaixonado, este é meu estado. encantado, este é meu corrente.

sono.

eu tenho sono. mas medo de dormir. deito com os pensamentos a mil. me cubro esperando um devaneio. me cubro esperando que você me cubra. mas não. o que aconteceu?! onde estão seus bom dias e suas alegrias? por favor, me tire dessa agoniante espera e me mostre o caminho para fora de meu medo. pânico. meu rosto se contrai cada vez que tento entender tal frustração. não sei de que, do que, por quê.
- esta noite eu sonhei com você. assim como sei que sonhaste comigo esta semana. fora tudo tão... perfeito. seu sorriso, ah, que saudade! eu falo sério, tenho saudades e medo de te perder. cadê você?! onde foi parar?! confio, apenas confio que tenha imprevistos. não quero nem pensar em outra possibilidade. meus olhos me pedem para chorar. meu corpo me pede para cair. minha alma já nem pede. já nem sente. minha vontade é de esconder os medos em vergonhas e escurecer o alegre das minhas cores. aínda só não o fiz pois te espero. te preciso. te venero.
por favor, não me deixe cair. por favor.

(mzc)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

compulsão.

já se torna incontrolável a vontade do desabafo. o papel é o único companheiro de todas as horas: fiel, escuta o que você tem para falar, e te faz se sentir melhor. acontece que me bate uma angústia a cada vez que ouço a relatividade. e as órbitas passam ligeiras em meu rosto. lembro-me da brisa fresca do bucolismo, e prostro-me de joelhos diante do nada, pois bem sei que órbitas não vem em agradáveis. por quê?! por que o ontem me parece ter se passado há anos-luz atrás?! o passado não deveria existir. não nessas ocasiões. ele só me serve para ensinar através do erro. pois lembraças não me vem. estou tão fraco e tão horrorizado diante de tal enfim que não tenho forças para pensar. besteira?! talvez para você. mas a minha vaziês é tão vazia, quanto um copo d'água bebida. eu fiz de tudo, venci o ódio, odiei a vitória. magoei frases feitas ao fazê-las. para quê? no fim, início. e o início, tornou-se fim. tornou-se? acho que sempre fora. ou aínda, nunca fora nada. ser não é assim. ser é existir. existência. nem sei mais o que é isso, há tanto tempo eu não existo, que existir é uma ilusão de uma alma faminta que não encontra alimento.

(mzc)

além.

sob pressão do acaso
o céu fecha como que programado
o que me resta senão achar afago
nas canções mais nervosas que eu escrever?

quando se acha que sabe de tudo
é porque menos se sabe
eu não vejo motivos para tamanho descaso
e finjo acreditar que tudo está calmo.

só pra você eu pensei tudo estar bem
desafiei ciência e criei ilusão
ignorei melodia, distancia, coração
e agora? pra que apagar o além?

procuro em bossas, poesias, trovas
em becos, em paixões em massa
os versos que não tivemos tempos de compor
e deixamos virar pó e vapor.

(mzc)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

tudo é relativo.

ninguém tem razão ao falar. ninguém tem verdade. a verdade é relativa. a água que escorre do alto do rio já não é a mesma que chega em seu fim. o moço muda ao ficar velho. as pessoas mudam a cada segundo. a relatividade do mundo é espantosa. me apavora de ver que as pessoas são relativas assumidas. me apavora de ver que eu também o sou. obsolente programado. o melhor, o pior. o bem, o mal. o único que sabe de mim, sou eu mesmo. mesmo que eu reaprenda dia pós dia este mesmo dilema. não sei dizer quem sou eu, por mais que eu saiba. relatividade inexplicável, semelhante ao funcionamento humano. a ciência explica, mas, na verdade; ninguém nela acredita. são coisas que não se ensinam na escola. são coisas que não temos respostas. pergunte-se também: quem é você? verás que não é fácil a resposta. ora apenas defeitos, ora as qualidades. o escárnio é quando não se consegue pensar em nada. eu sou apenas... mais um. "e se eu fosse o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado?" seria ignorante. portanto, vou. quanto mais alto melhor. não tenho medo de cair. apenas tenho medo de parar. vou. apenas... vou. construo meu eu a cada dia. e mudo o eu-lírico a cada segundo. se quiseres de mim saber, descubra. porém, cuidado. todos estamos sujeitos à mutações.

(mzc)



"tudo é relativo quando te fazer feliz me faz feliz!"
(leoni)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

perigo!

estava tudo perdido, vida insana onde vez nao tinha. mas o perigo sempre à espreita, traz à tona um sentimento. perigo, tão bom de se correr; tão.... necessário! aínda mais este, que te vem à noite, voce começa pensar nele de uma forma que te dispara o coração. os carros andam. as pessoas riem. o mundo gira. e você lá. todos temos riscos de corrê-lo, aínda bem. mas, num dia qualquer, o escolhido fui eu. eu que sempre me entreguei, mas sempre reservado. eu que havia desaprendido a amar. eu, que nao esperava. entreguei-me. até agora, tudo parece bem. felicidade a gente só conhece depois do perigo. e eu quero desvendar seus segredos. desafiar seus limites. chegar as alturas. no alto da montanha. pintar o céu. secar a chuva. molhar o sol. beijar seus olhos. me entregar. fazer desse perigo, as cores da vida. perigo: obrigado. jéssica. perigo. lobo. perigo: vida.

(mzc)