terça-feira, 18 de agosto de 2009

a chuva. - segundo dizer -

tão distante. tão enganadora. tão... vital! nós, seres humanos, compreendemos mal e desprezamos a chuva. logo a sua revoltante lembrança, passamos à um enraivamento de nossos íntimos. tantos compromissos, tantos afazeres, e tantas paixões de uma tarde apenas. tudo, literalmente, por água abaixo. nesses dias tudo parece ficar mais lento. um simples gesto de abrir uma porta se torna uma lamuria. e, nessas horas, pensamos o quão fúteis fomos ao mal dizer do sol à pique. mesmo o falar com os amigos para cancelar o passeio não feito já nos é deturpado. parece-me que todos somos grandes tolos pouco pensantes, estes que imaginam a felicidade em poucas horas. felicidade errônea. e somos, sim, grandes tolos. a chuva, como já dito, é incompreendida. é um presente dos céus, se é que céus são alcançáveis... nós, pouco pensantes, precisamos de individualidade. dom este, pouco estimulado pela ânsia do à pique com os outros mal pensantes espalhados pela crosta. quando verte a água do céu, além de refazer as águas de nossas sedes, bela oportunidade nos dá para parar. quase que um aviso. mesmo que incompreendida, a chuva mostra que o nosso pouco pensar nos está fazendo quase que públicos. o individual nos é restrito, fazendo jus ao pensamento. por que ao contrário de reclamar, nós, de pouca inteligência, não nos procuramos dentro de nós mesmos? a individualidade pode te salvar a vida, e a chuva pode ser o caminho...

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