sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

a punho.

provavelmente não irás ouvir esta canção.
é certo que, ao menos, não como eu gostaria.
eu queria gritar, pra todos os ouvidos,
palavras que soem como os clássicos dos discos.

nem eu sei ao certo o que dizer,
apenas sei que tenho algo engasgado na garganta.
se é bom, se é ruim, se vai te erguer,
isso eu deixo para descobrir quando eu conseguir.

eu só apareço, por assim dizer, pra te contar disso tudo.
este livro que começamos a escrever e não sabemos
bem ao certo aonde vai dar, se é fim, ou se é rascunho.
mas, temos certeza, somos contracenantes da mesma história
escrevendo um romance a punho.

outra canção qualquer.

quando todas as palavras dormem
e até o sono repousa sua tensão,
o mundo dos sonhos me estende a mão
pra me lembrar daquilo que eu não sou.

por favor, não me encare como outra canção qualquer.
eu sou um pouco mais que isto,
um pouco menos, talvez, mas mantenho o meu dito,
que vou tentar encontrar o que há com o que quer.

eu quero a paz, eu quero a sorte de uma vida pacata.
eu quero o nada, eu quero calar a negra escada.
acendo uma vela e rezo pra qualquer coisa inatingível
para que a vida não se torne tão mais complicada.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

se eu não souber como agir,

entenda!
é que me dói o peito,
cada vez que lembro teu jeito.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

extraviei por aí um poeta.

extraviei por aí um poeta. não consigo lembrar onde o deixei. passei por tantos lugares complicados, labirintos, vertigens e passagens. e, como num sopro, o vento leva de mim o que era de menos desagradável.
extraviei por aí um poeta. quem sabe na dor de outros amores. em cigarros baratos de padarias. em mesas de bares de esquina. em amizades que de mim não mereciam nada, além do ódio.
extraviei por aí um poeta. já procurei debaixo dos mares, acima do sol. dentro das pedras, fora das nuvens. talvez ele tenha se escondido dentro de mim. mas extraviei também o mapa para chegar em tal vale.
extraviei por aí um poeta para sobrar espaços dos ponteiros do desajustado relógio. espaços que tento preencher com a tua presença. quem sabe parar o tempo? não, isso não vai me indicar onde o perdi.
ontem, ainda o via. hoje, se foi. extraviei por aí um poeta.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

o meu vício.

as tuas águas escorrem pela minha face
enquanto entrelaço meus braços em tua cintura.
tudo que quero é que me abrace
enquanto amo loucamente esse amor a altura.

anseio teu corpo junto ao meu como agora.
anseio teus beijos de eternidade.
não imagino o que será se for embora.
me arrancarás da loucura, para a sanidade.

decoro, em um olhar, a tua geografia.
guardo, em minha boca, a tua saliva.
roubaste o ar que em mim havia
e deixaste meu coração a deriva.

se puderes me amar um tanto do que eu te amo.
se puderes arrancar-me e botar-me em teu prato.
por favor, faça-o, sem dó, e sem receio.
pois meu desejo é roubar-te tudo que puder em um ato.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

LCP

converso contigo como se o tempo nao passasse.
o teu olhar me conta mais de mil histórias.
meu coração pula, como se estourasse
de tanto que, com teu olhar, me enamoras.

todos os dias, com tudo que fazes,
plantas em minh'alma uma semente.
que, com a certeza da vida, me dizes:
eu te amo sempre, e pra sempre.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

nada.

do tudo, o nada.
contigo, sim,
é tudo ou nada.
obrigado, laura.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

o sorriso.

os lábios se tocando.
a nostalgia do que ainda não acabou.
o beijo ecoando.
te dando todo carinho que te dou.

teus olhos, tua boca, tua simetria.
o beijo mais do que perfeito.
me trazia afago enquanto sorria.
a mulher dos sonhos, das dores o leito.

eu desaprendi a rimar.
pois agora ocupo em ti o pensamento.
as palavras, incapazes, querem falar.
te amar em poesia que vem de dentro.

desabafo.

piano. violão. amores. noite. você. ainda te sinto em meus braços. ainda te cheiro em minha mente. teu prazer no meu corpo. teu vício me levando pra longe. aquela maldita sensação de estar num sonho real. um sonho tão puro quanto a água que escorre dos meus olhos quando lhe vejo no espelho: dentro deles. te vejo em visões de miragem. parece que tua brisa fresca está ao meu redor. e insiste em me prender ao teu coração, o mesmo que, por deus, que isso não soe clichê, parece não querer bater senão entrelaçado ao teu. os poucos pares de dias que voaram desde o "e você, quem é?" me trouxeram mares de encanto. uma vontade imensa de ligar, saber o que estaria acontecendo. se era em mim que viajavas, sorrindo, em um sonho longo e bom. eu escrevo sem pensar. uma parte de mim é amor. outra parte... é, a outra parte também. me arrancas do antes de uma forma nunca antes vista, ao menos, não por mim. e, por nós, eu me entrego. não posso perder o que, talvez, seja a única oportunidade de ser o homem mais feliz por fazer a mais feliz mulher.

"as palavras nem sempre dirão tudo o que eu quero dizer. eu sei que às vezes fujo à razão só pra tentar entender. [...] não dá pra desistir agora. não diga adeus jamais!"

domingo, 12 de dezembro de 2010

sabes da lua?

pois é.
é a sua imagem,
graciosa no porta-retrato
na parede dos meus sonhos.

a estampa da minha vida.

laura.

no meio da multidão.
no auto da solidão.
olhares desconhecidos,
remoendo tantos amores idos.

nenhuma imaginação poderia trilhar
o caminho da alma.
simplesmente apareceu, tomando-me o ar, e,
tomando-me a calma.

me chamou a atenção teu jeito de olhar.
me agradou a sensação de te abraçar.
trouxe ao meu rosto tua aura
ao contar-me teu nome, laura.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

e-ternamente, luisa.

depressa leva o que é meu.
sem pressa rouba o meu eu.
em prece eu peço que escute
luisa, um perdão ilustre.

te faço mil poemas pra perceber,
luisa, eu quero em teus olhos viver.
não nego que em outros olhos me perdi,
mas me encontro e me sinto apenas em ti.

um acorde, uma canção, uma vida.
quilometros não tem tanto poder assim.
mais que uma amante, uma amiga.
mais do que o passado, és pra mim.

te peço perdão por não te saber amar.
te falo que sinto que não sou merecedor.
eu juro que se pudesse iria te buscar
para beber dos teus lábios, o amor.

o dia do palhaço. (o teatro mágico)

eu me flagrei em minha mente,
dentro de uma imensidão de sonhos.
a procura da palavra presente
em meio há tantos seres medonhos.

meu nariz avermelhou-se.
sinto que meu rosto ficou branco.
em baralho dos dias, deparou-se:
de poeta e de palhaço, todos tem um pouco.

no mundo uma canção, torna-se cifrão.
e num dia comum, ignora o coração.
dentro dos meus versos, não cabe solidão.
muito espaço ocupado por esse pierrot azarão.

o sorriso vem ao rosto.
a fantasia até o pescoço.
a música é diferente de ontem.
de poeta e palhaço, todos tem um monte.

um mágico teatro (de poeta)
um teatro mágico (de palhaço)
uma magia poetizada (uma meta)
e poesia musicada (o que faço)

(!)

_______

em homenagem:
@oteatromagico @vannelzt @ingracosta @camiguedes @_natiiiii @moleeena @pokehiltz @fanitelli
à todos os poetas, músicos e palhaços: feliz dia do palhaço!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

tom jobim lifestyle.

beber algo bem forte e sair por aí. com um violão debaixo do braço. vivendo de insensatez. chega de saudades de viver o não. chega de outroras e chega de solidão. pra que viver em sofreguidão se se tem um violão? o mestre canta. nós ouvimos. nós seguimos. beber algo bem forte. afinal, não há santo espírito. apenas um corpo que irá putrefar em questão de alguns anos debaixo dos palmos, sete deles. maldito seja quem disse que essa vida é indigna, se a música é tão digna. que vá para a tonga da mironga do kabuletê. tomo outro gole desta púrpura bebida. leio um livro. choro notas. toco um choro. odeio lembrar do antes. odeon num apanhei-te cavaquinho. erenestiano são jobim. elis já não mais os mesmos. joão gilberto era desafinado e feliz. de que me adianta essa vida de certeza e tristeza? vou-me por aí, estrada a fora. o whisky e o violão. a bossa e o coração. a vida e o vilão. o violão e a canção. esse assim, assim de eu, o antes doeu. e agora, quem sou eu? sigo o tom que jobim tocava. pelo meio deste, sei que amava. agora sim. motivo de viver. buarque em hollanda ou ana em amsterdã. apenas sigo, coração mais sem cuidado. olho o wave. ipanema me sonha. fá com sétima maior nos olhos da garota. outro gole de canha. e sendo quem eu sou, saindo da fossa xingando em nagô, eu caio de bossa.

a saída.

depois de tantas cenas,
sentindo tantas penas.
tentativas vãs, apenas.
insiste em continuar.

procuro entender
porque a sua imagem
no ar, sempre a pairar,
reflete-se no mar.

as vezes, a saída
para o coração
é escondê-lo
a sete palmos do chão.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

a pequena dúvida.

hoje falas.
amanhã calas.
por que em minha boca
não escarras?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

perguntas.

e se eu fosse mais que um covarde?
se eu tivesse, por fim, coragem,
e te falasse, finalmente, a verdade
enquanto o meu olhar o teu invade?

e se a minha inconstância
tomasse a forma do meu coração
e meus lábios dos teus se aproximassem
tocando - se ignorando a razão?

perguntas que me faço todo dia.
respostas que lhe faço - melodia.
pergunto se eu posso me perder.
responda que em meus olhos há você.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

T

já conheço teus olhos.
decorei o teu sabor.
ainda lembro da sua boca
falando pra mim coisas de amor.

lembro da primeira vez que te vi,
no meio de toda aquela gente.
na verdade ninguém estava nem aí.
ninguém poderia nos ter em mente.

as nossas conversas, o teu papo.
os meus abraços nos teus braços.
aquele dia, hoje eu sei, foi eternidade.
eu tive, pela unica vez, amor de verdade.