sábado, 22 de janeiro de 2011

vida.

a noite está fria, meus pés não acham o chão.
o suor me escorre entre os dedos, pela mão.
na minha mente, passam filmes de uma outra era,
onde tudo era sagrado, onde tudo era belo,
onde um amor tinha valor, onde amar não era dor.

pego um livro com meu nome, limpo a sua poeira.
abro as portas de uma vida, abro o mar do coração.
dentro dele, versos tortos, compassos mal escritos,
alguém que mal aprender a viver, e já pensava em morrer.
tudo era dor, tudo era solidão, tudo era imensidão.

intenso.
cada momento da época das tormentas trazia a cabeça recordações.
caminhadas longas. em cada passo, um tombo.
talhava seu rosto em frente ao espelho.
mascarava as melodias tristes com palavras bonitas e um sorriso.
dentro de si, o mundo caia. dentro de si, tudo realmente acontecia.

configurações novas a cada olhar.
reatar dentro de si laços que nunca foram atados.
a cada sorriso que conhecia, uma cor diferente.
e apesar de não existirem aquarelas, apesar de não haverem lisbelas,
sempre havia alguém pra si, platonicamente amava.
qualquer pessoa que fosse capaz de viver, apenas para ser capaz de dizer,
"eu amo alguém, e estou de bem com a vida."

depois de cada tempo, depois de cada tombo.
uma nova vida e um novo andar.
meio para trás. meio em frente. um tombo. um sorriso.
uma mão e uma pedra.
um misto de poesia e felicidade.
segurava orgulhosamente seu pincel de melancolia.
e pintava quadros maravilhosos e tristes.
como um van gogh da vida. facetando de escárnios a morte.

um encontro de olhares. e um desencontro da alma.
a cada amor não correspondido, uma nova música.
a cada noite enluarada, uma boa hora para compor.
é, ele não era bom no jogo da vida.
mas achava espaço no seu próprio jogo,
do qual desconhece as regras.

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