terça-feira, 24 de abril de 2012

pare!

isso é um assalto!
exijo que cales a boca!
mas deixo que ponhas minhas mãos ao alto,
e que deites meu corpo no teu asfalto.

feche os olhos!
não tens o direito de meu rosto fitar!
apenas eu peço para, sim, revidar,
selar todo beijo que vou te roubar.

esqueças do mundo!
não importam dilúvios, quimeras, quiquoprós.
de agora só olhes para o teu ladrão,
que, transeúnte de almas, se prosta em teu chão.

te roubo mil beijos, abraços, clichês.
te faço refém e aumento teu preço.
te passo meus braços sobre teus abraços.
te faço o além e te prendo em meus laços.

terça-feira, 17 de abril de 2012

peso.

ninguém viu, ninguém ouviu, ninguém sentiu.
era tal destreza de dester os olhos
que qualquer balão criava asas
e andava à tua sombra, procurando amor.

estranha sensação que pesa depois das casas.
estranho arpão de meras frases que atravessam-me.
maldito seja o dia em que segurei as tuas asas,
e o céu e lua e sol, todos, torturavam-me.

ninguém mais tem paz armada, ninguém mais consegue.
um tento teu, algumas horas, amor ao léo, e eu que caia.
se um dia te escreveres métodos, entregues-me algumas cópias.
te juro, tentarei junto aos teus passos, o toque desta alfaia.

até logo.

bem, tenho que dizer
que o peito calava e a voz parecia
que despencava das mil ilusões.
a paz que despeço não é de prever.

dessa vez o peito aperta no adeus.
em cada qual, uma vil vontade.
denovo atrasar os ponteiros
dormir noite a mais nos braços teus.

vai ver o tempo faça o moço
criar asas no coração, desencanar.
vai ver a saudade vai nos acostumar
mas não digo, assim, que o amor vai passear...

...porque ele está aqui.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

um tanto de amor contigo.

te esparrama aqui em cima
que a cama tá grande demais
só pro meu pesar!

por favor, me faz tua coberta,
chega mais perto,
me deixa ouvir o teu corpo falar!

e a falta que fazes, não fazes de ideia!
a mesma viagem que separa os abraços
rios de saudade de amarrar nossos braços!

não sei como é, não sei o que rompe as ideias,
só o que não sei é falar sobre ela.
me trava os sentidos, um tanto de amor contido.

um tanto de amor contigo.






pra não deixar morrer.

trazia nos olhos imenso farol,
e as vendas que eu tinha larguei num só nó.
pois quase ceguei seu imenso fervor,
num tiro, uma queda, me fez teu senhor.

crescente quimera que os sonhos altera,
que fazes de mim um sorriso que só
que fazes da vida não mais quiquoprós,
e fala da gente como se faz sol.

 que a tarde caia, eu via aqui só.
 faltava teu corpo deitado no meu.
 meus lábios procuram querendo o teu rosto,
 minhas mãos sobrecaem no meu lado, teu posto!

 me tens de um inteiro que nem sei contar,
 um tanto de asas batendo no ar.
 e nem um estado vai nos emplacar,
 meu bem, seja o mundo, vou atravessar!



quinta-feira, 5 de abril de 2012

errante

de santa não tinha
corria pernadas
na beira da estrada
mordendo pelas beiradas.

idade crescia,
o dia poentava,
os velhos grisalhos,
erranta a tratar.

dos moços da rua,
fazia um passeio.
às luas pedia
um pós-dia e dinheiro.

mas bela se olhava,
cansada no espelho,
as pernas cansadas,
o álcoolrroendo.

rasgada de tragos.
amada dos bixos.
rainha mazela,
codinome cadela.
benzida de santa,
rebenta de nada,
sedenda de vida,
dona, denovo,
da nada que a vida
em prol, lhe trazia,
do nada do nada
e do nada que havia.