sexta-feira, 18 de novembro de 2011

auto.

eu vi alguém no ar,
se afogando nas nuvens,
se entregando ao vento,
voando no mar.

prefere desistir,
antes de tentar.
mas ousa calar,
a voz dos fracassados.

releva toda dúvida,
entrega a sua paz.
por um pouco de afeto,
pierrot analfabeto.

faz parte do seu ser.
retrai o conviver.
renova toda ideia,
traz plena odisseia.

e joga-se do abismo,
de dentro de si mesmo.
se mata da sua alma,
e nasce o corpo enfermo.

olhando pras suas mãos,
sem crer que está ali.
tão sóbrio quanto o não.
tão longe quanto o sim.

se vira pra viver,
desvira o que há de ser.
inventa sua paz,
armada, desleal, sem ver.

não traz consigo pão,
tampouco leva luz.
talvez não passe de escuridão,
mas tenta, claro como tal,
não ser tão, denovo, artroz.

de novo se esvai.
pintado de um rei.
traçado como pai,
tratado como sei.

pra alguns não passa de um,
pra outros, descomunal.
pra si, contrario do que
dizem ser normal.

prefere confiar,
e deixa-se enrolar.
prefere confiar,
e deixa-se prender,
por querer viver,
por tentar amar.

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