domingo, 31 de março de 2013

partida.

mesmo que eu não quisesse,
hoje era dia desapego.
manhã nua, sol que esfria,
som que aperta, esmaga.

já era perto das duas,
e não havia mais nada.
apenas saudades tuas,
antes mesmo da partida.

te olhava daquela janela.
te olhava certo na alma.
a água que esvaía
do teu rosto, ao passo que ia.

foi um movimento,
foi o tempo de um passo,
e todas as teorias
caíram por terra.
me vi escravo
da tua quimera.
e o tempo, mesmo que miséria,
eternizava o que se era.

se foi, pra longe, de novo.
e enquanto se foi,
pensava que não ia.
pensava eu, aqui,
no como seria.

domingo, 17 de março de 2013

murro.


ela aparecia com suas mil faces de sorrir,
me perguntando sem nem me dizer,
da música que em mim tocava
e seus olhos que fechavam pra me ver.

pensava em doze coisas ou mais,
falava em não falar de sua dor.
cravando seu sorriso ímpar laico,
no peito sem um riso dos cristãos.

e quem era essa que jamais viria
se o dia clareasse e se posse a pensar?
é que a lua a pediu pra lhe cuidar
pra que ninguém a roubasse do seu mar.

de hoje em diante.

meu amor, eu sei que andei
meio inconstante,
e não obstante,
eu continuo a te querer.

meu amor, eu que a vida anda
numa velocidade
que a minha dança,
não poderá dançar.

mas, meu bem,
por querer não mais que o teu bem,
o lado de cá não é nada longe
de o que eu terei de andar pra te encontrar!

de hoje em diante,
eu serei de novo,
o que era ontem,
e quem tu conheceu.

de hoje em diante,
por mais as folhas caiam,
e o outono te leve,
eu vou atrás de ti!

sexta-feira, 8 de março de 2013

pronto.

te dou meus versos
e me chamas de clichê.
te falo incerto,
que amo você.

mas me rejeitas,
desamando meu quintal.
me pedes que te dê
o tudo, sobre o bem e o mal.

te digo aqui que nada
que eu possa oferecer,
é capaz de provar,
o que é pra você.

entendes que não dá?
é impossível lhe provar.
se tudo que há de belo,
é menor de o que lhe há.