quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

encanto.

ninguém mandou me olhar assim.
teu sentimento se nascer em mim.
não era por certo que o teu motivo
iria me derramar em versos?

ah, meu bem. eu avisei!
agora não me adianta remédio qualquer...
beco sem saída numa rodovia,
um contra-canto numa romaria.

de pouco em tanto me fazias
te correr de céus e encantos,
e agora já não eras tu que entendias,
mas eu que me fazia parte dos teus dias.

paçoca.

enfim, teus olhos!
os olhos que o tempo não roubou,
que o vento não levou,
amando-me, fixamente.

sabes de mim como se sabes de nada,
e sei de nós que nada espera.
é força da ânsia do abraço,
e é causa, de novo, dos olhos.

enfim, teus olhos.
espelho do vale, retrato da gente.
os passos em par, as horas de nós,
e não há algoz do nosso depois.

e que a estrada não impeça a quimera,
enarmonia pra gente ser.
que estejas a minha espera,
que vou, por certo, te ter.