uma vez ali, algo pulsava.
num compasso de vida,
num galope sem leis,
uma vez ali, amava
numa terra-de-ninguém,
numa arte as três.
hoje ali nada acontece,
uma tarde, uma noite, iguais.
tudo que sempre quis era nada,
e agora o nada encomoda mais.
uma vez ali batia,
agora ali não há mais nada.
um buraco dando espaço para pulmão,
onde antes batia um coração.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
dois.
jogado no abismo de ti,
entrelaçado em tais traços,
sonoros olhares de amortecer
seus lábios, tão meus,
internos trejeitos que
caem as pálpebras
a um vazio sem igual.
garanto que ganhou-me,
urro ao travesseiro que me tens.
zombas de mim esse sentimento de culpa,
zombas de mim por ser tão infantil.
o que mais queria era te fazer crer.
entrelaçado em tais traços,
sonoros olhares de amortecer
seus lábios, tão meus,
internos trejeitos que
caem as pálpebras
a um vazio sem igual.
garanto que ganhou-me,
urro ao travesseiro que me tens.
zombas de mim esse sentimento de culpa,
zombas de mim por ser tão infantil.
o que mais queria era te fazer crer.
sábado, 25 de junho de 2011
anjo.
dei voltas no mundo.
dei tiros no escuro.
te esperei, sentado,
em cima do muro.
inventei mil falas,
discorri eternos,
entortei o verso,
poetei incerto.
e na hora que te vi,
teus olhos me miravam a sorrir,
o abraço de um anjo estava ali,
simplesmente, roubando meu olhar.
geada fria, calor de um sonho,
um violão, e a tua voz.
caminhos tortos, se corrigindo,
anjo, fica do meu lado,
voa nas minhas asas,
fala minha poesia,
beija os meus lábios,
abraça minha euforia... em te ter.
dei tiros no escuro.
te esperei, sentado,
em cima do muro.
inventei mil falas,
discorri eternos,
entortei o verso,
poetei incerto.
e na hora que te vi,
teus olhos me miravam a sorrir,
o abraço de um anjo estava ali,
simplesmente, roubando meu olhar.
geada fria, calor de um sonho,
um violão, e a tua voz.
caminhos tortos, se corrigindo,
anjo, fica do meu lado,
voa nas minhas asas,
fala minha poesia,
beija os meus lábios,
abraça minha euforia... em te ter.
terça-feira, 21 de junho de 2011
sóciossinos.
desacortinar a névoa que se estende,
(não) enxergar um palmo à sua frente.
pular os muros dessa decadência.
re-tratar os panes claros de um falho sistema.
parabéns para nós, errantes sóciossinos.
pseudônimos de algozes de nós mesmos.
olhemo-nos nossas caras de assassinos.
encaremos o sangue que vertemos.
pontuamos seres e raças não-pensantes.
juntamos átomos para qualquer reação.
julgamo-nos racionais que, sempre à frente,
racionam almas e as chamam de irmãos.
(não) enxergar um palmo à sua frente.
pular os muros dessa decadência.
re-tratar os panes claros de um falho sistema.
parabéns para nós, errantes sóciossinos.
pseudônimos de algozes de nós mesmos.
olhemo-nos nossas caras de assassinos.
encaremos o sangue que vertemos.
pontuamos seres e raças não-pensantes.
juntamos átomos para qualquer reação.
julgamo-nos racionais que, sempre à frente,
racionam almas e as chamam de irmãos.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
frente a frente.
eu não te conhecia
e, antes mesmo, já sabia.
dizem que todos se encontram,
haveria de te achar, um dia.
tão clichê soa o seguir,
mas não me prendo de falar, mesmo assim,
olhos claros, espelho de mim.
cabelos sol, que brilham, enfim.
mais uma canção que faço,
mais uma dedicação que traço,
nada parece suficiente,
pra hora de estarmos frente-a-frente.
e, antes mesmo, já sabia.
dizem que todos se encontram,
haveria de te achar, um dia.
tão clichê soa o seguir,
mas não me prendo de falar, mesmo assim,
olhos claros, espelho de mim.
cabelos sol, que brilham, enfim.
mais uma canção que faço,
mais uma dedicação que traço,
nada parece suficiente,
pra hora de estarmos frente-a-frente.
terça-feira, 7 de junho de 2011
desumano.
sentado em meio ao sangue,
procurando a luz.
numa escura encarnação,
carrego minha cruz.
na casa onde todos
se fazem ninguém.
cavalgam com seus espinhos
nas costas de outro alguém.
separam-se por cores,
por sexo e religião,
e sem lucrar quantias
não estendem suas mãos.
sua glória fora perdida,
o lado humano também.
não passa de um des-homem
quem pensa só no seu bem.
procurando a luz.
numa escura encarnação,
carrego minha cruz.
na casa onde todos
se fazem ninguém.
cavalgam com seus espinhos
nas costas de outro alguém.
separam-se por cores,
por sexo e religião,
e sem lucrar quantias
não estendem suas mãos.
sua glória fora perdida,
o lado humano também.
não passa de um des-homem
quem pensa só no seu bem.
domingo, 5 de junho de 2011
na são
um dia as pontas se ligam
um dia tudo há de acabar.
um dia todo sem abrigo,
há de ter seu lar.
um dia que não sei quando virá.
um dia em que tudo irá mudar.
um dia nosso canto vai se ouvir
de onde não se espera vir.
mas fica a dúvida no ar,
poderia a nação assim mudar,
exalando tanto lixo cultural,
alienando em todo e qualquer canal.
um dia tudo há de acabar.
um dia todo sem abrigo,
há de ter seu lar.
um dia que não sei quando virá.
um dia em que tudo irá mudar.
um dia nosso canto vai se ouvir
de onde não se espera vir.
mas fica a dúvida no ar,
poderia a nação assim mudar,
exalando tanto lixo cultural,
alienando em todo e qualquer canal.
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