terça-feira, 28 de setembro de 2010

é estranho dizer...

...mas sinto que perdi o chão dos pés.
não vejo um palmo a frente, sequer.
tomado por sentimentos eu simplesmente sigo
e não olho pra trás pra não morrer.

se descuido, tropeço.
se me cuido, erro.
louco, são, ódio, amor.
tudo se mistura e devolve aos olhos a cor.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

os membros.

nasceu.
das pontas dos pés, subindo pelas pernas, me dando sustentação.
passou pela minha cintura, onde envolves, maravilhosamente, tuas mãos.
me veio a barriga, como borboletas que anseiam por um vôo livre e não sabem por se onde hão.
passou pelo peito, me prendendo, de tanto em tanto, a respiração.
os braços, que antes me davam pouca força, agora suportam a maior pressão.
o pescoço, onde deixas tuas marcas, como que demarcando um território, que ninguém irá roubar.
a boca, onde escarras teus beijos, e começa a me animar.
o nariz, que inala teu perfume, tonteando o que virá.
os olhos, a porta da alma, por onde olho os tais mais lindos que há.
o cérebro, que louco trabalha tentando formular frases que não vão lhe acariciar.
tudo se encontra, tudo se aconchega no calor do coração.
o dono do amor.
o senhor da razão.
meu.
teu.
nosso.
amor.

amor.

estou apaixonado.
existe poesia maior que esta?

rimas soltas

se faço que hoje desfaço,
é pra um certo espaço,
por assim dizer,
deixar rastro.

o rastro de saudade
que inunda meu ser,
te traz um traço
de quem quer viver.

te olho com as mãos,
te pego nos olhos.
te trago em meus lábios,
o meu teto sólido.

enlouqueço porque
não sei mais o que
mantenho a dizer
ou começo a fazer.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

as primeiras letras do último verso.

olhos.
lindos e meus.
neles me vejo.
neles me sinto.
sinto que quero.
quero que sinta.
sinta o que quero.
e queira o que sinto.

paixão por amor.
amor por olhar.
olhar por em ti,
ver o que podemos ser.


te quero
hoje eu sei
amor não falta
inexplicavelmente
não nego
e digo que te quero.

chão de céu.

quero ver se consigo entender:
as palavras fluem como um céu
que derrama estrelas. as quais pisamos
sem dar-nos conta de um chão de céu.

o ser humano é incompreensível,
se acha tão esperto quanto um Deus.
algo que sua esperteza não pode
comprovar a existência.