sexta-feira, 18 de setembro de 2009
as estações
sabe, é besteira falar sobre estações do ano. sinto que, dentro em mim, elas não existem. ou melhor, existem sem regras, sem leis. selvagemente, elas vem e vão fingindo não ver as devastações que suas procissões me causam. mas, também sinto que a culpa é minha; inconscientemente, as coordeno. subitamente os ares que passam por meus olhos, levam minhas alegrias e trazem meus escárnios. folhas de papel voam. pessoas morrem. minha mente divaga, nas mais distantes órbitas. meus verões são os melhores. neles sinto a presença da amizade, do amor. mas quando os malditos ares escarneiam meu existir, e me vem o inverno, o amor não mais me existe. ao parar e pensar no que acontece, me vem o outono... tudo que eu havia construído, em um momento de desilusão, despenca de minhas vitórias, e cai suavemente no fogo do inferno. queima. morre. desaparece. e a primavera? está faz tempo que não aparece. fazem verões que não há vejo. mas as vagas lembranças que dela tenho, me trazem cheiro de flores, vitórias, amores. espero que ela venha de uma vez. porque ela se foi. primavera se foi.
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